ESCOLA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA AMÉLIO
FAGUNDES
Desde
quando esta escola surgiu? Como ela surgiu? Por que ela foi pensada, desejada e
criada? Para quê esta escola existe? Qual o seu grande objetivo? Quais os seus
grandes projetos?
Para
respondermos a estas questões, é necessário num primeiro momento fazermos uma
retrospectiva histórica e identificar elementos fundamentais capazes de
justificarem os motivos maiores de sua de sua fundação.
É ano de
1925... Em Independência na Esquina Scholz, começa a funcionar uma escola
particular que mais tarde passa a ser municipal. Esta escola teve como
Professor e Diretor o Senhor Waldomiro Beltrão da Silveira.
Nesta época Independência
pertencia a Santo Ângelo e o Professor Waldomiro Beltrão encaminhava muitos
documentos para este município. Além de ele ser Professor, ele também era
curandeiro.
Este Professor era filho
de Serafim Beltrão da Silveira. E conforme o livro: Histórico e Prestações de
Contas do Município de Independência - Administração João Saffi - 1969 consta
que:
“Serafim Beltrão
da Silveira, em Esquina
Scholz , foi o primeiro clarão de luz de saber que se fixou
com escola pública estadual para a felicidade de seus alunos e de seus pais.
Mais tarde, seu filho Waldomiro Beltrão da Silveira foi o primeiro mestre-escola
Municipal em Esquina
Farias e desta então nascente Independência. A primeira
auxiliar de ensino foi à pioneira jovem Frida Klewer. Foram estes professores
os pioneiros, aqueles que lançaram a boa semente da aprendizagem e da formação
de bons hábitos à mente das crianças e dos adolescentes analfabetos, pelo que
não devem cair no esquecimento das atuais e das futuras gerações que habitam e
que habitarão nosso futuro município”.
Com isso, podemos perceber
que as sementes da boa formação foram lançadas com profundidade pelos primeiros
educadores em nosso município e que a formação de bons hábitos, de valores já
estiveram presentes nas práticas pedagógicas das primeiras escolas e em
especial na primeira escola que deu origem a Escola Amélio Fagundes.
É importante também
salientar, que um dos objetivos dos primeiros professores era também lançar a
semente da aprendizagem, e este continua sendo a grande finalidade da escola
Amélio Fagundes hoje: CONSTRUIR O CONHECIMENTO.
Em
1925, quem governava o nosso Estado era o senhor Borges de Medeiros e o nosso
País era o senhor Artur Bernardes. E no contexto nacional a principal política
adotada pela classe dominante era a “Café com Leite”, baseado essencialmente
nas grandes propriedades de terras e na centralização do poderes entre São
Paulo e Minas Gerais. Enquanto o Rio Grande do Sul neste momento serviu de
mercado fornecedor de produtos agropecuários.
Tendo presente estes
elementos é necessário destacar que as primeiras escolas públicas surgidas no
Brasil e Rio Grande do Sul iniciaram no início do século XX. E na nossa região
as primeiras escolas surgiram a partir da colonização da mesma, isto é, desde
1915.
Só para termos idéia do
número de alunos que estudavam no Rio Grande do Sul em 1889, é preciso imaginar
uma população de 897.455 pessoas com apenas 16.479 alunos no ensino primário.
PARA QUÊ TODOS ESTES
DADOS?
A origem da Escola Amélio
Fagundes está intimamente ligada com as primeiras aulas, com os primeiros
professores que trabalharam na Esquina Schotlz; professores Waldomiro Beltrão e
Lindóia Beltrão e com a vida e o processo de aprendizagem dos 90 alunos desta
primeira escola.
Os dados acima são
fundamentais para compreendermos a formação da nossa escola num contexto geral,
onde Independência neste período está num processo de colonização, da vinda de
migrantes das Colônias Velhas, que estão em busca de novas áreas de cultivo e
povoamento.
E a educação como tal não
foge à regra de todas as relações
sociais que começarão a acontecer nestes novos espaços. E os conteúdos
trabalhados conforme alguns depoimentos de pessoas que estudaram nestas
primeiras escolas e especificamente neste primeiro Grupo Escolar tinham
significado para a vida em comunidade: “Meu avô estudava lá. Foi três
meses na aula. Entrou com 12 anos. Aprendeu geografia, cubar terras... Ele
sabia coisas que eu com muitos anos de escola, ainda não tinha compreendido”.
(não temos a fonte dessa fala)
Mais tarde em 1934, esta
Escola foi mudada para um novo prédio, onde hoje se localiza a Indústria de seu
Romar Mann. E aí lecionou o professor Valdomiro Beltrão e a Professora Lindóia
Brandão.
Em 1939, fundado como
Grupo Escolar de Independência funcionou em locais como: proximidades da
Rodoviária, num prédio onde hoje é a Prefeitura Municipal e em outros locais.
E em 1969, devido ao grande empenho, dedicação e amor que
o 1º professor-Mestre desta Escola sempre teve por ela, a Escola passou a ser
chamada Grupo Escolar Valdomiro Beltrão. Devido às precárias condições do
prédio, foi construído novo prédio junto às instalações do Ginásio Estadual,
onde hoje funciona a Escola Amélio Fagundes.
Mas como surgiu o Ginásio
Estadual de Independência
O grande
motivo foi a necessidade de uma escola que proporcionasse o ensino de 1º grau
completo e devido a grande insistência por parte da população deste município,
pessoas interessadas começaram um movimento para a aquisição de terreno e
verbas para a construção do prédio.
A administração de nosso município representada pela pessoa do Sr. João
Saffi de propôs a entrar em contato com o Governo do Estado. O terreno foi
adquirido do Sr. Anísio Araújo e Silva e sua esposa Mariana Álvares de Araújo.
Assim em 1968
iniciou-se a construção do prédio, ainda durante a administração João Saffi.
Somente durante a administração do Sr. Amélio Feliciano Fagundes é que foi
instalado o Ginásio Estadual de Independência, através de contratos com o
Governo do Estado e o Conselho Estadual de Educação.
O 1º ano
letivo na nova escola iniciou no dia 1º de junho de 1970, com oito professores e cinqüenta alunos.
No ano de 1971 a
escola funcionou com 04 turmas, tendo como Diretora a professora Célia Fagundes.
Em 1973
assumiu a direção do Ginásio Estadual de Independência o professor Antoninho Rossatto. Ambos,
juntamente com a equipe de professores da época, conseguiram superar a maioria
das dificuldades, elevando e fortificando o nome da Escola.
Conforme o relatório administrativo 1969-19972 sobre: O Ginásio Estadual
é “A GRANDE CONQUISTA EDUCACIONAL PARA INDEPENDÊNCIA”
Ao assumir
o cargo de Prefeito Municipal uma das primeiras preocupações do Senhor Amélio
Fagundes, foi conseguir para o Município um Curso Ginasial. Até então, a população infantil que
desejasse continuar os estudos após a conclusão da 5ª série forçosamente tinha
de matricular-se em escolas de outros municípios. Esta situação, além de exigir
mais esforço dos jovens, constituía para os pais motivo para muitas despesas,
e, portanto era um privilégio dos mais favorecidos.
Já em 19 de
maio de 1969 foi encaminhado pela Administração um requerimento ao Secretário
de Educação e Cultura, solicitando a criação de um Ginásio Estadual no
município.
A partir de
então, muita labuta, muitos expedientes. No entanto, os grandes esforços da
Administração foram recompensados, em maio de 1970, quando foi autorizado o
funcionamento do Ginásio Estadual de
Independência, a grande conquista para a educação do município.
Enquanto a Administração se preocupava com a autorização para o
funcionamento do Ginásio Estadual, teve que providenciar também, a construção
de um prédio de Alvenaria para a referida Escola. Na verdade o Interventor João
Saffi havia deixado um começo e uma planta, mas era necessário edificar o
prédio e os Cr$ 12.000,00 destinados para tal não foram suficientes. O
executivo procurou então cobrir as despesas desta realização com outras verbas
municipais. Realmente, as verbas foram muito bem aplicadas, pois hoje
Independência possui um amplo prédio para seu Ginásio, condizente com sua
elevada finalidade.
Ainda no quatriênio 1969/1972, a prefeitura adquiriu mais uma fração de
terras para o Ginásio Estadual, anexadas ao terreno já existentes, com o
objetivo de oferecer ao Estado as condições mínimas para a construção de um
moderno prédio escolar, onde pudessem estudar todos os alunos do Ensino Fundamental.
HISTÓRICO DA ESCOLA
ESTADUAL DE 2º GRAU DE INDEPENDÊNCIA
A Escola
de 2º Grau de Independência surgiu do desejo e da necessidade da maioria dos
alunos em continuar seus estudos.
A comunidade
sentiu o problema destes jovens, uniu-se e foi em busca de condições para que
se instalasse aqui uma escola de 2º grau. O processo encaminhado à secretaria
de Educação e Cultura foi aprovado e em 1975 foi criada a Escola Estadual de 2º
Grau com habilitação parcial em Auxiliar em Adubação.
A escolha
desta especialização se justifica por ser Independência um município totalmente
agrícola e este curso viria atender em parte as necessidades locais.
UNIFICAÇÃO
Em 10 de
setembro de 1977 em ofício dos diretores da Escola Estadual de 2º Grau Odila da Cruz Rossatto, Ginásio
Estadual de Independência Antoninho
Rossatto e do Grupo Escolar Waldomiro Beltrão solicitaram ao Sr.
Secretário da Educação e Cultura Airton Santos Vargas a unificação dos três estabelecimentos de ensino, indicando que a
fusão ocorreria automaticamente a partir do momento em que fosse aprovada a
unificação pelo Conselho Estadual de Educação. A unificação se deu com vigência
a partir de 1980, contemplando o Grupo
Escolar Waldomiro Beltrão, o Ginásio Estadual de Independência e a Escola de 2º
Grau passando a denominar-se ESCOLA
ESTADUAL DE 1º E 2º GRAUS AMÉLIO FAGUNDES.
QUEM É... E
QUEM FOI AMÉLIO FAGUNDES
BIOGRAFIA DO PATRONO
Amélio Feliciano Fagundes, nasceu em 18 de maio de 1924 em Ijuí, filho de
João Fagundes Ribeiro e de Eliza Meller Fagundes. Sendo que sua mãe de origem
italiana e seu pai eram de origem brasileira. Desde cedo aprendeu com seus pais
a atividade do comércio, a qual foi sua principal profissão por quase toda a
vida. Cursou apenas o primário, sendo que na escola sempre figurou entre os
primeiros da turma.
Veio para o
município de Independência, quando tinha cerca de cinco anos de idade, sendo
que ali residiu sempre, até o seu desaparecimento.
Em 19 de março
de 1947 casou-se com Lilly Losekann, de cuja união o casal teve cinco filhos.
Foi motorista. Prestou serviço militar durante o período de 1º de fevereiro de 1946 a 25 de agosto do mesmo
ano, no 1º RCM de Santa Rosa, chegando ao posto de Cabo, fora das atividades
políticas que exerceu, dedicou-se também em prol do progresso religioso,
diretamente como membro de Diretorias de Capela ou participando de Comissões,
como da Paróquia Santa Rosa de Lima da qual é fundador. Pela colaboração que prestou ao
exército recebeu em 16 de julho de 1971 um troféu do 1º RCM de Santa Rosa.
Amava
profundamente sua Pátria de integral respeito às autoridades constituídas e
tinha plena consciência dos seus deveres patrióticos, concretamente demonstrada
através do desempenho de cargos públicos, 1º como vereador da Câmara Municipal
de Três de Maio, durante o período de 1964 a 1968, representando o Distrito de
Independência. Profundamente entusiasmado pelos ideais emancipacionistas foi um
dos membros da comissão Emancipacionista do Município de Independência, tendo
sido posteriormente o 1º Prefeito Municipal eleito, permanecendo à testa do
Poder Público Municipal durante o período de 31 de janeiro de 1969 a 31 de janeiro de
1973.
Ao assumir o
cargo de Prefeito Municipal, uma das primeiras preocupações foi conseguir para
o Município um curso ginasial, por isso em 19 de maio de 1969, encaminhou ao
secretário da Educação, solicitando um Ginásio Estadual para o município, e
conseguiu, pois em 08 de maio de 1970 foi aprovado o seu funcionamento pelo
Egrégio Conselho Estadual de Educação e iniciou o seu funcionamento a 1º de
junho de 1970.
Amélio
Fagundes foi um prefeito dinâmico deixando às gerações futuros caminhos abertos
em geração ao progresso.
O Sr. Amélio
Fagundes veio a falecer no dia 06 de março de 1977.
Comemoramos
o aniversário da escola no dia 18 de maio, em homenagem ao nascimento do seu
patrono.
Através da Portaria n° 105 de 14 de abril de 2000,
divulgada no Diário Oficial de 17 de abril de 2000, nossa Escola passou a
denominar-se ESCOLA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA AMÉLIO FAGUNDES.
Atualmente a Escola conta com cerca de 508 alunos, desde
as séries iniciais até o Ensino Médio. A mesma oferece espaços pedagógicos e
serviços como Biblioteca para pesquisas e empréstimos de livros, Laboratório de
Informática, Laboratório de Ciências, Xerox, Auditório, Sala de Recursos para
atendimento especializado, contando com profissional especializada para este
serviço, sala de Audiovisual, Ginásio de Esportes e um amplo espaço de
circulação, espaços estes que servem de amparo pedagógico e permitem ao aluno e
ao professor desenvolver um trabalho com mais qualidade.
A Escola tem como filosofia de trabalho: “Construir
coletivamente uma educação para a autorrealização, participação, compromisso
com a vida e a transformação social.” Neste sentido são desenvolvidas várias
ações pedagógicas e projetos voltados para a realidade e que contemplem o
contexto da escola e do aluno. Temos o Projeto de Leitura que já funciona há
vários anos e outros voltados à preservação ambiental, aos cuidados com a vida
e o respeito ás diferenças.
Em relação ao perfil do aluno a escola busca formar um
aluno pesquisador e que possa de forma consciente e autônoma concretizar
saberes e construir projetos de vida que viabilizem a inclusão, a inserção
social de todos e o pleno exercício da cidadania.
Nas séries iniciais os professores de 1ª a 3ª séries
participam do PNAIC (Plano Nacional de Alfabetização na idade Certa). A partir
da 6ª série, os professores participam dos GTs de Formação continuada, por Área
do Conhecimento, sendo que os professores de 4ª e 5ª série participam do GT de
Alfabetização. E os professores de Ensino Médio, participam de encontros
semanais de formação dentro do PNEM ( Pacto Nacional pelo Fortalecimento do
Ensino Médio).
A Escola tem como objetivo no ensino Fundamental: construir
conhecimentos tendo em vista a autorrealização, participação, comprometimento
com a vida, respeito às diferenças aprendendo a viver e conviver, cultivar
valores pessoais e grupais, fortalecer a própria identidade no convívio grupal
e assim desenvolver competências no relacionamento, sendo capaz de resolver
problemas do cotidiano com autonomia,
com opinião própria, responsabilidade e comprometimento com uma sociedade mais
justa e igualitária, como humano e a melhoria da qualidade de vida e do meio
ambiente.
Já o Ensino Médio Politécnico é uma nova modalidade de
ensino Médio implantada a partir de 2012, baseada na Pesquisa e na metodologia
de Projetos. Os alunos em um dos dias da
semana têm aula no turno inverso, aumentando assim a carga horária semanal, de
25 para 30 horas.
O ensino Médio politécnico tem por objetivo aprofundar os
conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento
de estudos embasados na compreensão dos
fundamentos científicos e tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a
teoria e a prática, parte e totalidade, no ensino de cada componente
curricular.
A Escola de modo geral sempre participa em várias
atividades de caráter comunitário, quando promovidas por comunidades ou mesmo
Secretaria Municipal de Educação. Também ocorre sempre a participação da escola
no Jergs (Jogos Estudantis do RS), cujo objetivo está relacionado ao
desenvolvimento de habilidades motoras, espírito desportivo e interação social.
Quanto aos pais, estes são sempre convidados para
reuniões de caráter informativo ou deliberativo, conforme as necessidades da
Escola. Ao final de cada ano, também os pais são convidados a avaliar a Escola
como um todo através do SEAP, Sistema de Avaliação Participativa. Além dos
pais, também alunos e professores avaliam a Escola através do SEAP.
Ao final de cada ano a Escola Amélio Fagundes entrega à
comunidade um grupo de alunos concluintes do Ensino Médio. A escola, depois de todo um trabalho realizado,
espera que estes alunos se posicionem com autonomia, responsabilidade e
comprometimento frente aos desafios que a vida e o mundo do trabalho
proporcionam.
Como única escola de Ensino Médio do Município, recebemos
a cada ano, alunos de todas as comunidades do interior, bem como urbanos,
tornando assim o nosso grupo heterogêneo tendo a escola que desenvolver
práticas de inclusão que contemplem o respeito às diferenças.
Em síntese, está é uma pouco da história da Escola Amélio
Fagundes desde sua instalação até os dias atuais.
Tendo presente o propósito de educar para a vida com
autonomia e para a participação social como base da democracia é que a cada ano
a Escola encara o fazer pedagógico com a responsabilidade que ele merece.
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