quarta-feira, 10 de junho de 2015

Histórico da Escola




ESCOLA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA AMÉLIO FAGUNDES

Desde quando esta escola surgiu? Como ela surgiu? Por que ela foi pensada, desejada e criada? Para quê esta escola existe? Qual o seu grande objetivo? Quais os seus grandes projetos?

Para respondermos a estas questões, é necessário num primeiro momento fazermos uma retrospectiva histórica e identificar elementos fundamentais capazes de justificarem os motivos maiores de sua de sua fundação.

É ano de 1925... Em Independência na Esquina Scholz, começa a funcionar uma escola particular que mais tarde passa a ser municipal. Esta escola teve como Professor e Diretor o Senhor Waldomiro Beltrão da Silveira.

Nesta época Independência pertencia a Santo Ângelo e o Professor Waldomiro Beltrão encaminhava muitos documentos para este município. Além de ele ser Professor, ele também era curandeiro.

Este Professor era filho de Serafim Beltrão da Silveira. E conforme o livro: Histórico e Prestações de Contas do Município de Independência - Administração João Saffi - 1969 consta que:

“Serafim Beltrão da Silveira, em Esquina Scholz, foi o primeiro clarão de luz de saber que se fixou com escola pública estadual para a felicidade de seus alunos e de seus pais. Mais tarde, seu filho Waldomiro Beltrão da Silveira foi o primeiro mestre-escola Municipal em Esquina Farias e desta então nascente Independência. A primeira auxiliar de ensino foi à pioneira jovem Frida Klewer. Foram estes professores os pioneiros, aqueles que lançaram a boa semente da aprendizagem e da formação de bons hábitos à mente das crianças e dos adolescentes analfabetos, pelo que não devem cair no esquecimento das atuais e das futuras gerações que habitam e que habitarão nosso futuro município”.

 

Com isso, podemos perceber que as sementes da boa formação foram lançadas com profundidade pelos primeiros educadores em nosso município e que a formação de bons hábitos, de valores já estiveram presentes nas práticas pedagógicas das primeiras escolas e em especial na primeira escola que deu origem a Escola Amélio Fagundes.

É importante também salientar, que um dos objetivos dos primeiros professores era também lançar a semente da aprendizagem, e este continua sendo a grande finalidade da escola Amélio Fagundes hoje: CONSTRUIR O CONHECIMENTO.

Em 1925, quem governava o nosso Estado era o senhor Borges de Medeiros e o nosso País era o senhor Artur Bernardes. E no contexto nacional a principal política adotada pela classe dominante era a “Café com Leite”, baseado essencialmente nas grandes propriedades de terras e na centralização do poderes entre São Paulo e Minas Gerais. Enquanto o Rio Grande do Sul neste momento serviu de mercado fornecedor de produtos agropecuários.

Tendo presente estes elementos é necessário destacar que as primeiras escolas públicas surgidas no Brasil e Rio Grande do Sul iniciaram no início do século XX. E na nossa região as primeiras escolas surgiram a partir da colonização da mesma, isto é, desde 1915.

Só para termos idéia do número de alunos que estudavam no Rio Grande do Sul em 1889, é preciso imaginar uma população de 897.455 pessoas com apenas 16.479 alunos no ensino primário.

 

PARA QUÊ TODOS ESTES DADOS?

A origem da Escola Amélio Fagundes está intimamente ligada com as primeiras aulas, com os primeiros professores que trabalharam na Esquina Schotlz; professores Waldomiro Beltrão e Lindóia Beltrão e com a vida e o processo de aprendizagem dos 90 alunos desta primeira escola.

Os dados acima são fundamentais para compreendermos a formação da nossa escola num contexto geral, onde Independência neste período está num processo de colonização, da vinda de migrantes das Colônias Velhas, que estão em busca de novas áreas de cultivo e povoamento.

E a educação como tal não foge à regra de todas  as relações sociais que começarão a acontecer nestes novos espaços. E os conteúdos trabalhados conforme alguns depoimentos de pessoas que estudaram nestas primeiras escolas e especificamente neste primeiro Grupo Escolar tinham significado para a vida em comunidade: Meu avô estudava lá. Foi três meses na aula. Entrou com 12 anos. Aprendeu geografia, cubar terras... Ele sabia coisas que eu com muitos anos de escola, ainda não tinha compreendido”. (não temos a fonte dessa fala)

 

Mais tarde em 1934, esta Escola foi mudada para um novo prédio, onde hoje se localiza a Indústria de seu Romar Mann. E aí lecionou o professor Valdomiro Beltrão e a Professora Lindóia Brandão.

Em 1939, fundado como Grupo Escolar de Independência funcionou em locais como: proximidades da Rodoviária, num prédio onde hoje é a Prefeitura Municipal e em outros locais.

             E em 1969, devido ao grande empenho, dedicação e amor que o 1º professor-Mestre desta Escola sempre teve por ela, a Escola passou a ser chamada Grupo Escolar Valdomiro Beltrão. Devido às precárias condições do prédio, foi construído novo prédio junto às instalações do Ginásio Estadual, onde hoje funciona a Escola Amélio Fagundes.

Mas como surgiu o Ginásio Estadual de Independência

O grande motivo foi a necessidade de uma escola que proporcionasse o ensino de 1º grau completo e devido a grande insistência por parte da população deste município, pessoas interessadas começaram um movimento para a aquisição de terreno e verbas para a construção do prédio.

A administração de nosso município representada pela pessoa do Sr. João Saffi de propôs a entrar em contato com o Governo do Estado. O terreno foi adquirido do Sr. Anísio Araújo e Silva e sua esposa Mariana Álvares de Araújo.

Assim em 1968 iniciou-se a construção do prédio, ainda durante a administração João Saffi. Somente durante a administração do Sr. Amélio Feliciano Fagundes é que foi instalado o Ginásio Estadual de Independência, através de contratos com o Governo do Estado e o Conselho Estadual de Educação.

O 1º ano letivo na nova escola iniciou no dia 1º de junho de 1970, com oito professores e cinqüenta alunos. No ano de 1971 a escola funcionou com 04 turmas, tendo como Diretora a professora Célia Fagundes.

Em 1973 assumiu a direção do Ginásio Estadual de Independência o professor Antoninho Rossatto. Ambos, juntamente com a equipe de professores da época, conseguiram superar a maioria das dificuldades, elevando e fortificando o nome da Escola.

Conforme o relatório administrativo 1969-19972 sobre: O Ginásio Estadual é “A GRANDE CONQUISTA EDUCACIONAL PARA INDEPENDÊNCIA”

Ao assumir o cargo de Prefeito Municipal uma das primeiras preocupações do Senhor Amélio Fagundes, foi conseguir para o Município um Curso Ginasial. Até então, a população infantil que desejasse continuar os estudos após a conclusão da 5ª série forçosamente tinha de matricular-se em escolas de outros municípios. Esta situação, além de exigir mais esforço dos jovens, constituía para os pais motivo para muitas despesas, e, portanto era um privilégio dos mais favorecidos.

Já em 19 de maio de 1969 foi encaminhado pela Administração um requerimento ao Secretário de Educação e Cultura, solicitando a criação de um Ginásio Estadual no município.

A partir de então, muita labuta, muitos expedientes. No entanto, os grandes esforços da Administração foram recompensados, em maio de 1970, quando foi autorizado o funcionamento do Ginásio Estadual de Independência, a grande conquista para a educação do município.

Enquanto a Administração se preocupava com a autorização para o funcionamento do Ginásio Estadual, teve que providenciar também, a construção de um prédio de Alvenaria para a referida Escola. Na verdade o Interventor João Saffi havia deixado um começo e uma planta, mas era necessário edificar o prédio e os Cr$ 12.000,00 destinados para tal não foram suficientes. O executivo procurou então cobrir as despesas desta realização com outras verbas municipais. Realmente, as verbas foram muito bem aplicadas, pois hoje Independência possui um amplo prédio para seu Ginásio, condizente com sua elevada finalidade.

Ainda no quatriênio 1969/1972, a prefeitura adquiriu mais uma fração de terras para o Ginásio Estadual, anexadas ao terreno já existentes, com o objetivo de oferecer ao Estado as condições mínimas para a construção de um moderno prédio escolar, onde pudessem estudar todos os alunos do Ensino Fundamental.

 

HISTÓRICO DA ESCOLA ESTADUAL DE 2º GRAU DE INDEPENDÊNCIA

 

A Escola de 2º Grau de Independência surgiu do desejo e da necessidade da maioria dos alunos em continuar seus estudos.

A comunidade sentiu o problema destes jovens, uniu-se e foi em busca de condições para que se instalasse aqui uma escola de 2º grau. O processo encaminhado à secretaria de Educação e Cultura foi aprovado e em 1975 foi criada a Escola Estadual de 2º Grau com habilitação parcial em Auxiliar em Adubação.

A escolha desta especialização se justifica por ser Independência um município totalmente agrícola e este curso viria atender em parte as necessidades locais.

UNIFICAÇÃO

 

Em 10 de setembro de 1977 em ofício dos diretores da Escola Estadual de 2º Grau Odila da Cruz Rossatto, Ginásio Estadual de Independência Antoninho Rossatto e do Grupo Escolar Waldomiro Beltrão solicitaram ao Sr. Secretário da Educação e Cultura Airton Santos Vargas a unificação dos três estabelecimentos de ensino, indicando que a fusão ocorreria automaticamente a partir do momento em que fosse aprovada a unificação pelo Conselho Estadual de Educação. A unificação se deu com vigência a partir de 1980, contemplando o Grupo Escolar Waldomiro Beltrão, o Ginásio Estadual de Independência e a Escola de 2º Grau passando a denominar-se ESCOLA ESTADUAL DE 1º E 2º GRAUS AMÉLIO FAGUNDES.

 

QUEM É... E QUEM FOI AMÉLIO FAGUNDES

BIOGRAFIA DO PATRONO


Amélio Feliciano Fagundes, nasceu em 18 de maio de 1924 em Ijuí, filho de João Fagundes Ribeiro e de Eliza Meller Fagundes. Sendo que sua mãe de origem italiana e seu pai eram de origem brasileira. Desde cedo aprendeu com seus pais a atividade do comércio, a qual foi sua principal profissão por quase toda a vida. Cursou apenas o primário, sendo que na escola sempre figurou entre os primeiros da turma.

Veio para o município de Independência, quando tinha cerca de cinco anos de idade, sendo que ali residiu sempre, até o seu desaparecimento.

Em 19 de março de 1947 casou-se com Lilly Losekann, de cuja união o casal teve cinco filhos. Foi motorista. Prestou serviço militar durante o período de 1º de fevereiro de 1946 a 25 de agosto do mesmo ano, no 1º RCM de Santa Rosa, chegando ao posto de Cabo, fora das atividades políticas que exerceu, dedicou-se também em prol do progresso religioso, diretamente como membro de Diretorias de Capela ou participando de Comissões, como da Paróquia Santa Rosa de Lima da qual é fundador. Pela colaboração que prestou ao exército recebeu em 16 de julho de 1971 um troféu do 1º RCM de Santa Rosa.

Amava profundamente sua Pátria de integral respeito às autoridades constituídas e tinha plena consciência dos seus deveres patrióticos, concretamente demonstrada através do desempenho de cargos públicos, 1º como vereador da Câmara Municipal de Três de Maio, durante o período de 1964 a 1968, representando o Distrito de Independência. Profundamente entusiasmado pelos ideais emancipacionistas foi um dos membros da comissão Emancipacionista do Município de Independência, tendo sido posteriormente o 1º Prefeito Municipal eleito, permanecendo à testa do Poder Público Municipal durante o período de 31 de janeiro de 1969 a 31 de janeiro de 1973.

Ao assumir o cargo de Prefeito Municipal, uma das primeiras preocupações foi conseguir para o Município um curso ginasial, por isso em 19 de maio de 1969, encaminhou ao secretário da Educação, solicitando um Ginásio Estadual para o município, e conseguiu, pois em 08 de maio de 1970 foi aprovado o seu funcionamento pelo Egrégio Conselho Estadual de Educação e iniciou o seu funcionamento a 1º de junho de 1970.

Amélio Fagundes foi um prefeito dinâmico deixando às gerações futuros caminhos abertos em geração ao progresso.

O Sr. Amélio Fagundes veio a falecer no dia 06 de março de 1977.

Comemoramos o aniversário da escola no dia 18 de maio, em homenagem ao nascimento do seu patrono.

Através da Portaria n° 105 de 14 de abril de 2000, divulgada no Diário Oficial de 17 de abril de 2000, nossa Escola passou a denominar-se ESCOLA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA AMÉLIO FAGUNDES.

Atualmente a Escola conta com cerca de 508 alunos, desde as séries iniciais até o Ensino Médio. A mesma oferece espaços pedagógicos e serviços como Biblioteca para pesquisas e empréstimos de livros, Laboratório de Informática, Laboratório de Ciências, Xerox, Auditório, Sala de Recursos para atendimento especializado, contando com profissional especializada para este serviço, sala de Audiovisual, Ginásio de Esportes e um amplo espaço de circulação, espaços estes que servem de amparo pedagógico e permitem ao aluno e ao professor desenvolver um trabalho com mais qualidade.

A Escola tem como filosofia de trabalho: “Construir coletivamente uma educação para a autorrealização, participação, compromisso com a vida e a transformação social.” Neste sentido são desenvolvidas várias ações pedagógicas e projetos voltados para a realidade e que contemplem o contexto da escola e do aluno. Temos o Projeto de Leitura que já funciona há vários anos e outros voltados à preservação ambiental, aos cuidados com a vida e o respeito ás diferenças.

Em relação ao perfil do aluno a escola busca formar um aluno pesquisador e que possa de forma consciente e autônoma concretizar saberes e construir projetos de vida que viabilizem a inclusão, a inserção social de todos e o pleno exercício da cidadania.

Nas séries iniciais os professores de 1ª a 3ª séries participam do PNAIC (Plano Nacional de Alfabetização na idade Certa). A partir da 6ª série, os professores participam dos GTs de Formação continuada, por Área do Conhecimento, sendo que os professores de 4ª e 5ª série participam do GT de Alfabetização. E os professores de Ensino Médio, participam de encontros semanais de formação dentro do PNEM ( Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio).

A Escola tem como objetivo no ensino Fundamental: construir conhecimentos tendo em vista a autorrealização, participação, comprometimento com a vida, respeito às diferenças aprendendo a viver e conviver, cultivar valores pessoais e grupais, fortalecer a própria identidade no convívio grupal e assim desenvolver competências no relacionamento, sendo capaz de resolver problemas  do cotidiano com autonomia, com opinião própria, responsabilidade e comprometimento com uma sociedade mais justa e igualitária, como humano e a melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente.

Já o Ensino Médio Politécnico é uma nova modalidade de ensino Médio implantada a partir de 2012, baseada na Pesquisa e na metodologia de Projetos. Os alunos em um  dos dias da semana têm aula no turno inverso, aumentando assim a carga horária semanal, de 25 para 30 horas.

O ensino Médio politécnico tem por objetivo aprofundar os conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos  embasados na compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria e a prática, parte e totalidade, no ensino de cada componente curricular.

 

A Escola de modo geral sempre participa em várias atividades de caráter comunitário, quando promovidas por comunidades ou mesmo Secretaria Municipal de Educação. Também ocorre sempre a participação da escola no Jergs (Jogos Estudantis do RS), cujo objetivo está relacionado ao desenvolvimento de habilidades motoras, espírito desportivo e interação social.

Quanto aos pais, estes são sempre convidados para reuniões de caráter informativo ou deliberativo, conforme as necessidades da Escola. Ao final de cada ano, também os pais são convidados a avaliar a Escola como um todo através do SEAP, Sistema de Avaliação Participativa. Além dos pais, também alunos e professores avaliam a Escola através do SEAP.

Ao final de cada ano a Escola Amélio Fagundes entrega à comunidade um grupo de alunos concluintes do Ensino Médio. A  escola, depois de todo um trabalho realizado, espera que estes alunos se posicionem com autonomia, responsabilidade e comprometimento frente aos desafios que a vida e o mundo do trabalho proporcionam.

Como única escola de Ensino Médio do Município, recebemos a cada ano, alunos de todas as comunidades do interior, bem como urbanos, tornando assim o nosso grupo heterogêneo tendo a escola que desenvolver práticas de inclusão que contemplem o respeito às diferenças.

Em síntese, está é uma pouco da história da Escola Amélio Fagundes desde sua instalação até os dias atuais.

Tendo presente o propósito de educar para a vida com autonomia e para a participação social como base da democracia é que a cada ano a Escola encara o fazer pedagógico com a responsabilidade que ele merece.

 

 

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